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Becoming by Michelle Obama


I wanted to write about this book because, no matter how cheesy this may sound, it made me want to be a better person. In November during my trip to Sydney, I had contemplated buying it. Because of how heavy it is, I changed my mind thinking that I would get the paperback version once I arrived in London. However at Christmas, Martin's little sister, Emilie, knowing that books are my favourite thing ever, gave it to me, it was pure coincidence! While the family opened the remaining presents, I read the first page. I wanted to read the next and next, but I stopped myself because the priority at that moment was to see what Santa had brought to the rest. At bedtime, I broke my own rule of never starting a book before I finish the one I'm reading, and then began to devour it.

The time between Christmas and the new year is my favourite. Emails slow down, the fire is lit, aromatic candles burn all day long, the teapot is always full, there's Christmas leftovers in the fridge and, in my case, a lot of reading to do. In winter there is nothing as pleasurable as staying in the comfort of my bed or couch losing track of time with a good book in hand. That's exactly what happened with this one, I found myself reading through the night up until when Martin, with a sleepy voice, asked me to turn off the light.

Quis escrever sobre este livro porque, por muito cheesy que isto possa soar, esta obra fez me querer ser uma pessoa melhor. Em Novembro quando estive em Sydney, pensei em comprá-la mas, devido ao quão pesada é, acabei por mudar de ideias pensando que logo compraria a versão paperback quando chegasse a Londres. No entanto no Natal, a irmã mais nova do Martin, a Emilie, sabendo que com um livro eu fico sempre contente, ofereceu-mo, foi pura coincidência! Ainda com a família a abrir os presentes, li a primeira página e fiquei logo com vontade de ler a próxima e a próxima, mas contive-me porque a prioridade naquele momento era ver o que o Pai Natal tinha trazido para os restantes. Já de noite, quebrei a regra que tenho de nunca começar um livro antes de terminar o que estou a ler e comecei então a devorá-lo. 

A época entre o Natal e a passagem do ano é das minhas alturas preferidas, os emails abrandam, acendem-se as lareiras e as velas aromáticas, bebem-se litros de chá, comem-se os restos do Natal e, no meu caso, lê-se. No inverno não há nada que me dê mais prazer do que ficar no conforto da minha cama ou sofá a perder a noção do tempo com um bom livro nas mãos. Foi exactamente isso que aconteceu com este, acabei lendo pela madrugada fora até que o Martin, já com um discurso arrastado pelo sono, me pedisse para desligar o candeeiro. 



Becoming is written in a very accessible way, similar to her husband's politics. Thanks to this couple many of the people of my generation began to engage in world politics. This book gives continuity to that, Michelle's writing makes us feel equals. She speaks openly, not about state secrets, but rather about her intimacy. About her origins, her values ​​and the difficulties she and her husband faced to protect their marriage and their two daughters when under the scrutiny of the media, secret services and smart-phones which, at the beginning of their term, were still a novelty.

Despite the positions of power Michelle has occupied throughout her career, her humility is present in the countless times she highlights the names of the dozens of people who helped her get where she is. Some of these people have joined her White House team, thus contributing to a greater diversity of an institution hitherto largely driven by white males alone.

This book becomes even more prominent and loved when contrasted with the current political state of the world. It educates and reminds us of Michelle's many accomplishments, now crumbled by the successive presidency. Personally, it awakened in me a dormant interest in politics, made me long for more human contact, to want to help others and to participate in a future that is mine and hopefully of the people I'll bring to this world. Even the mission of motherhood has gained another magnitude, thanks to the love with which Michelle talks about children or her mother's role throughout her life.

Becoming é escrito de forma muito acessível à semelhança da política praticada pelo marido da autora. Foi este duo que fez com que muitas das pessoas da minha geração se começassem a interessar e a envolver na política do mundo. À semelhança da atitude que tiveram durante todo o seu mandato, também neste livro se sente que existe uma preocupação de falar de igual para igual com o leitor. De falar com honestidade, não com honestidade em relação aos segredos de estado, mas sim em relação à sua intimidade. Às suas origens, aos seus valores e às dificuldades que enfrentou para proteger o seu casamento e duas filhas quando sob o escrutínio dos media, serviços secretos e smart-phones que, na altura do início do seu mandato, eram ainda uma novidade. 

Apesar das posições de poder que Michelle ocupou ao longo da sua carreira, a sua humildade está presente nas inúmeras vezes em que destaca os nomes das dezenas de pessoas que a ajudaram a chegar onde chegou. Algumas dessas pessoas ingressaram na sua equipa da Casa Branca, contribuindo assim para uma maior diversidade de uma instituição até então movida maioritariamente por uma etnia e um género apenas.

Esta obra ganha ainda mais destaque e carinho quando contrastada com o estado actual politico do mundo. Educa e relembra-nos das muitas conquistas por Michelle feitas, agora desmoronadas pela sucessiva presidência. Pessoalmente, despertou em mim um interesse adormecido na política, fez com que eu almejasse por mais contacto humano, com que quisesse ajudar o próximo e ter uma presença mais activa num futuro que é meu e dos que de mim nascerão. Até a missão que é ser mãe ganhou outra magnitude, tal é o amor com que Michelle fala sobre crianças ou a importância do papel que teve ao longo da sua vida a sua progenitora.



This is not a book for women, it's a book for everyone: for teenagers in minorities who think their wings have been cut off; for those born in a more privileged environment and therefore not aware of their role in today's urgent causes; for teachers whose mission is not only to lecture what's stipulated in the school's curriculum, but also to stimulate their student's ambition; for all who gave up halfway and for those, men or women, who are in need of a little inspiration or who simply enjoy a beautiful love story.

Este não é um livro para mulheres, é um livro para toda a gente: para adolescentes em minorias que julgam ter as asas cortadas; para os que nasceram num ambiente mais privilegiado e que por isso não têm consciência do seu papel nas urgentes causas actuais; para os professores cuja missão, mais do que ensinar o que está estipulado pelo governo, passa por estimular a ambição dos seus alunos; para todos aqueles que desistiram a meio caminho e para aqueles, homens ou mulheres, que estejam a precisar de um bocadinho de inspiração ou que simplesmente gostem de uma bonita história de amor.



Do you remember that blog post I wrote a few weeks ago about my wish to stop apologising for loving fashion? Well, the first lady also loves fashion, she uses it to express herself and, because of her influence, to celebrate less-known designers often from minorities. Sometimes, fashion is also just a way to cheer her up when nothing else does, as stated in this excerpt: "In my life so far, I'd worn very few gowns, but Jason Wu's creation performed a potent little miracle, making me feel soft and beautiful and open, just as I begin to think I had nothing of myself left to show."

Within the same subject, Michelle refers to the fact that society substantiates her seriousness according to what she wears, however, by contrast, her husband, Barack, only faces the daily decision to choose the colour of his tie. A funny detail which says a lot about gender equality, don’t you think?

Of one thing I'm sure, when I next get asked with which of all the people in the world would I like to one day have the opportunity to have dinner, my answer will be Michelle Obama!

P.s: There's an audiobook narrated by Michelle.

Lembram-se do blog post que eu escrevi há semanas sobre a minha vontade de parar de me desculpar por gostar de moda? Pois bem, a primeira-dama claramente também gosta, recorrendo à mesma para se expressar e, devido à sua influência, celebrar designers menos conhecidos muitas vezes provenientes de minorias. A moda é também a única coisa que a anima em situações de extremo cansaço como é evidente neste excerto: "In my life so far, I'd worn very few gowns, but Jason Wu's creation performed a potent little miracle, making me feel soft and beautiful and open, just as I begin to think I had nothing of myself left to show."

Ainda dentro do mesmo tema Michelle refere-se ao facto da sociedade substanciar a sua seriedade de acordo com aquilo que tem vestido, no entanto por contraste o seu marido, Barack, apenas se depara com a decisão diária de escolher qual a cor da sua gravata. Um pormenor caricato mas que diz muito sobre a igualdade de género, não acham?

Uma coisa é certa, da próxima vez que me perguntarem com qual de todas as pessoas do mundo gostaria de um dia ter oportunidade de jantar, a minha resposta será: Michelle Obama!

P.s: Há também um audiobook narrado pela própria .



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